Quem é Varela?

Ernesto Varela é um repórter de ficção que entrevista pessoas de verdade. O alter-ego do jornalista Marcelo Tas, surgido em 1983 no coletivo Olhar Eletrônico, se consagrou pelas perguntas ingênuas e pontiagudas disparadas aos seus entrevistados.

Depois da estreia na TV Gazeta, nos anos 80, Varela passou pela Abril Vídeo (braço televisivo do grupo Abril), SBT e Record. Nos anos 90, o repórter ancorou a série Netos do Amaral, na MTV Brasil; e foi inspiração para a criação do “Fora do Ar”, um quadro para o Fantástico na TV Globo. Nos anos 2000, Varela para o rádio, na 89FM; e para o teatro com o espetáculo multimídia “A História do Brasil Segundo Ernesto Varela: Como Chegamos Aqui”.

Valdeci

Valdeci é como ficou conhecido o cinegrafista que acompanhava Ernesto Varela. Assim como o repórter, era um personagem de ficção, vivido por diferentes profissionais ao longo dos anos. Nas reportagens varelescas, o câmera era ativo. Ao contrário do telejornalismo tradicional, interagia com o repórter, era co-diretor e até se intrometia na cena vez ou outra.

O Valdeci mais frequente de Varela foi Fernando Meirelles, também parceiro de Tas na criação do repórter de ficção. O cineasta Toniko Melo assumiu o papel em séries importantes, entre elas Cuba e Copa do México 86. Entre outros Valdecis, Henrique Goldman assumiu a câmera em Nova York; e na série Netos do Amaral (MTV), o papel coube ao artista Eder Santos, que dividiu a fotografia com Adriano Goldman.

Nome e Figurino

Os óculos coloridos, marca registrada de Ernesto Varela, surgiram por acaso. Nas primeiras tentativas de reportagem, gravadas em Santos, não havia o acessório. Talvez para disfarçar a timidez criando algo diferente dele mesmo, Marcelo Tas emprestou os óculos vermelhos do operador de áudio Fernando Rozo. Mais tarde, surgiu o nome do repórter, batizado por Tas e Meirelles para parecer convincente a apropriado a um jovem trabalhador nascido num subúrbio de São Paulo. Além dos óculos vermelhos, o visual do repórter ainda é composto pelo blazer azul, gravata e calça jeans, esta última marca tradicional da vida corrida dos repórteres de TV da época.

Anote o Buque - O Caderninho

Além do fiel câmera Valdeci, Ernesto Varela tinha outro companheiro inseparável: um caderninho, apelidado de “Anote o Buque”. Num tempo em que computadores eram caros e nada práticos, era no caderninho que Varela escrevia o roteiro das matérias, anotava números de telefone e marcava compromissos. Na viagem a Serra Pelada, uma das páginas do caderninho serviu de carta de apresentação da equipe.

Quem é Marcelo Tas

Marcelo Tristão Athayde de Souza (daí o acrônimo T.A.S.) nasceu em 1959, na pequena Ituverava, região de Ribeirão Preto (SP). Saiu de casa para ser cadete da Aeronáutica aos 15 anos de idade. Percebendo que não tinha vocação para a vida militar, mudou-se para São Paulo, onde cursou engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; e Rádio e TV, também na USP. Foi ator do grupo teatral Macunaíma, do diretor Antunes Filho.

Além de Ernesto Varela, Tas viveu os personagens Bob Mc Jack, no programa Crig-Rá; o Cabeça Branca, no Videoshow; o Professor Tibúrcio, do Rá-Tim-Bum e o Telekid, no Castelo Rá-Tim-Bum. Participou da criação do Programa Legal, do Casseta & Planeta e do Telecurso 2000, da TV Globo. Ajudou a implantar e por sete anos foi o âncora do programa CQC, da Rede Bandeirantes, que reproduzia a mistura jornalismo x humor do repórter Ernesto Varela. Tas ainda participou de duas séries infantis no Cartoon Network, Papo Animado e Plantão do Tas. Hoje é apresentador do programa de debates Papo de Segunda, do canal GNT.